#130. Ovo de Páscoa
Olá,
Lá se vão oito anos (!) desde que o roqueiro Roger Moreira, do alto do seu QI, elucidou a dúvida matemático-financeira que assombrava a humanidade desde que um coelho ressuscitou e Jesus botou um ovo de chocolate — ou algo assim.
Sim, compensa mais comprar barra de chocolate que ovo de Páscoa. Peso do chocolate sobre preço. Uma conta simples[1].
No ano da graça de 2024, as dúvidas relacionadas à Páscoa aqui em casa são outras: de onde veio a ideia de presentear as pessoas com ovos de chocolate? E por que o Brasil parece obcecado com essa tradição, a ponto das pessoas toparem pagar R$ 100 por 100 gramas de chocolate ruim apenas por ele estar em formato ovalado?
Como acontece com toda dúvida trivial e/ou desimportante, abri a Wikipédia[2] na terceira ou quarta vez em que lembramos do assunto.
O ovo representa a fertilidade. Em tempos imemoriais, pagãos trocavam e enterravam ovos no Equinócio para garantir uma boa colheita. Depois de Jesus Cristo, os cristãos se apropriaram da ideia para simbolizar seu renascimento e, graças ao marketing melhor da turma do Vaticano, foi essa a história que colou.
Muitas entradas da Wikipédia lusófona são mal escritas. A dos ovos de Páscoas é uma delas. Só lá embaixo aparece a resposta que buscava:
“Os ovos de chocolate vieram dos ‘pâtissiers’ franceses que recheavam ovos de galinha, depois de esvaziados de clara e gema, com chocolate e os pintavam por fora. Os pais costumavam esconder ovos nos jardins para que as crianças os encontrassem na época da Páscoa. Com melhores tecnologias, a partir do final do século XIX, se difundiram os ovos totalmente feitos de chocolate, utilizados até hoje.”
Ou a uma delas, né? Por que o Brasil é aficionado por ovos de chocolate segue uma incógnita.
Neste outro trecho, toda a confiança que deposito na Wikipédia, que não é pouca, foi abalada:
“A tradição [no Brasil] é tão forte que a Quinta-feira Santa é conhecida por Quinta-feira de páscoa, dia de comer o Ovos da Páscoa.”
Você conhecia essa tradição? Nem eu. Deve ter sido um português querendo nos zoar que escreveu isso.
Legal mesmo deve ser a Páscoa na Bulgária (se a Wikipédia não estiver mentindo):
“Na Bulgária, em vez de se esconder os ovos, luta-se com eles na mão. Há verdadeiras batalhas campais. Toda a gente tem de carregar um ovo e quem conseguir a proeza de o manter intacto até ao fim será o mais bem sucedido da família até à próxima Páscoa.”
A nossa discussão por política no almoço de família do domingo é confraternização perto da porradaria que (supostamente) rola na Páscoa dos búlgaros.
[1] https://imgs.ghed.in/roger-moreira-ovo-pascoa-barra.jpeg [2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Ovo_de_Páscoa
A Patrícia questionou minha caracterização de “Dragon Ball” como um desenho assumidamente infantil, feita no meu último e-mail.
Disse que Mestre Kame é um tarado que vivia bolinando mulheres e que várias personagens morrem de maneira violenta na história.
É verdade, ela tem razão. “Infantil” talvez não seja a palavra certa. “Adolescente”? Ou só seja meio bobo e/ou anacrônico.
O Alberth expressou melhor o que também sinto:
“Gostei muito do desenho na época da infância e adolescência. Ela tem um lugar guardado junto a outras boas memórias, mas não pelo desenho ser maravilhoso, e mais pela questão da fase da vida mesmo. É mais nostalgia que tudo.”
Dia desses caí num “rabbit hole” e perdi a manhã escavando as ~100 mil mensagens do meu e-mail pessoal guardadas desde 2004, excluindo e-mails transacionais e anexos grandes. Por que eu faço isso comigo mesmo? Não sei.
Até a próxima!