#132. Dicas para ser menos pessimista
Olá,
Um leitor do Manual do Usuário cancelou a inscrição na newsletter do site porque estava se sentindo mal com meu “viés negativo”.
Eu me policio muito para não focar só na parte negativa da tecnologia de consumo, ainda que ela (ou o que enxergo dela) seja, em grande parte, negativa.
Falho bastante, como o comentário do amigo leitor evidencia.
Enquanto digeria a mensagem dele, lembrei do meu desconforto com o podcast “Foro de Teresina”, que ouvia semanalmente até me dar conta de que, apesar da simpatia dos apresentadores, os assuntos não estavam mais me descendo bem.
Costuma-se dizer que ser bem informado é ser seletivamente ignorante. Talvez essa seja a receita para não ficar zoado da cabeça também, ou um pouco menos.
Agradeci o cuidado do leitor em justificar-se e renovei a minha promessa de tentar equilibrar melhor a linha editorial do site.
Você tem alguma dica para não se deixar abalar tanto com a vida como ela é? Afastar-me, nesse caso, não é opção — o trabalho é informar-me para informar quem me lê.
Escrevi “quem me lê”, ênfase no “lê”, sem que isso fosse uma meia verdade: há uma semana, encerrei o podcast e os vídeos do Manual do Usuário[1]. Pela primeira vez em… 11? 12 anos? Enfim, em muito tempo, eu só escrevo. Não falo, não gravo, nada disso. Só escrevo. Ufa.
[1] https://manualdousuario.net/encerramento-podcast-videos/
Este texto (em inglês) do Cory Doctorow[2] tocou em uma ferida. Ele diz no título que “não, ‘conveniência’ não é o problema”. Eu costumo dizer que, sim, conveniência é o problema. Os argumentos dele são ótimos. Acho que Cory está certo.
[2] https://pluralistic.net/2024/04/12/give-me-convenience/
Desisti de transformar uma bolota laranja em minha identidade/rosto na internet. Voltei a usar uma foto[3].
[3] https://rodrigo.ghed.in/
Até a próxima!