#136. Espontaneidade e amadorismo
Olá,
Topei com um podcast e um canal no YouTube anacrônicos, que me lembraram uma época mais ingênua da internet — uma que tento preservar nesta newsletter, no meu blog e até no Manual do Usuário.
O podcast é o da Cecília Dassi[1], aquela atriz-mirim que virou psicóloga e… meio que influenciadora? Ela tem muitos seguidores no Instagram.
Além do assunto, que me interessa, gostei da espontaneidade com que ela apresenta o podcast, que é gravado no celular mesmo (ou era; no terceiro episódio ela compra um microfone), sem roteiro e de um tema que, é evidente, ela gosta muito.
Existe uma linha tênue entre falar sem roteiro e ser interessante, e falar sem roteiro e não sair do lugar. (Acho que por não conseguir ficar sempre no lado interessante que esta newsletter é tão irregular e que o meu podcast monólogo não vingou.)
O canal do YouTube é de um brasileiro que vive na Holanda (ou Países Baixos), o Arthur Miller. Não é o tipo de coisa a que costumo assistir; o que me chamou a atenção foi este vídeo[1] em que ele recomenda que todo mundo tenha um canal.
O que… é uma insanidade. Não tenha um canal no YouTube. Vai por mim.
O que achei bonito no monólogo foi a proposta de fazer vídeos menos produzidos, mais pessoais — ou “intimistas”, como dizem os músicos quando fazem shows em cubículos onde cabem dez pessoas bem apertadas. Essa medida varia para cada um, pois achei o vídeo muito bem produzido, mas vale a mensagem.
É provável que esses espasmos de espontaneidade e amadorismo (na forma, digo) sejam o retorno de um movimento pendular perpétuo, o que vem depois de quase perdermos o pêndulo de vista num longo período que culminou em pessoas virando marcas e plataformas que prometiam “conectar amigos” convertidas em camelódromos digitais.
Se for, aproveitemos enquanto a Cecília não transforma o programa em um videocast com mesa de madeira de lei e microfones gamer e o Arthur não terceiriza a edição dos vídeos e passa a pedir para que a gente aperte o sininho e dê like.
[1] https://pod.link/1769817162 [2] https://www.youtube.com/watch?v=5s8b9JxMd58
Faz uns bons anos me vi obrigado a comprar um novo par de óculos escuros porque o meu antigo, daqueles com acabamento emborrachado, ficou grudento.
Comprei o novo pela internet, sem me atentar que tinha o mesmo acabamento. Demorou, mas acabou grudento também, só que desta vez fui atrás de uma solução que não envolvesse comprar outros óculos.
(Por que as empresas fabricam produtos duráveis que literalmente derretem com o tempo?)
Encontrei o vídeo de uma tia ensinando a remover o grude com creme dental. Incrédulo, arrisquei a dica e… não é que funcionou? Fica um plástico fosco, meio feio, mas liso e sem grude; arrisco dizer até que tem seu charme.
Não saberia explicar por que, em 2017, decidi criar dois sites com meu nome — um “cartão de visitas” em rodrigo.ghed.in e um blog em blog.ghed.in.
Pois bem, juntei os dois em um só. Problema resolvido. Se quiser saber dos detalhes técnicos, escrevi lá[3].
[3] https://rodrigo.ghed.in/blog/um-site-so
Um abraço e até a próxima!