#139. Filmes antigos
Olá,
Entrei na onda da nova versão de “Nosferatu” e assisti ao filme original, de 1922, dirigido pelo F.W. Murnau. É uma adaptação cinematográfica do Drácula de Bram Stoker, que calhei de ter lido não faz muito tempo.
O fato de o filme ser mudo e ter apenas ~90 minutos obrigou o roteiro a acelerar bastante a história, o que afeta um pouco o ritmo e até a compreensão da história. (O livro já é curto e bem ágil, embora não deixe lacunas.)
Um detalhe curioso/engraçado é a posição dos dentes de furar pescoços do Orlok (o vampiro), nos da frente em vez das presas[1]. Quando será que se convencionou que os dentes de vampiros ficariam mais atrás? Em “Nosferatu”, o vampiro lembra mais um ratinho, hehe 🐭
Ah, assisti à versão restaurada em 2006, com maior qualidade de imagem e a infeliz escolha estética de colorir as cenas em apenas um tom, como se tivessem usado filtros[2].
Talvez o objetivo tenha sido dar dinamismo ou auxiliar a narrativa (externas têm o filtro amarelo; no castelo, é um filtro de cor fria, tipo azul). De qualquer forma, achei que distrai bastante, além de brega. Mesmo a qualidade de imagem “melhor” deixou o filme estranho, como se fosse mais recente do que é. Sabe aqueles fragmentos de vídeos do século XIX, que youtubers usam “IA” para deixar em 4K@60 fps? Então, esquisito igual.
Eu gosto de ver as falhas nos rolos de filmes antigos. Elas aumentam o distanciamento temporal, me situam “no futuro”. Um aspecto circunstancial que me atrai em filmes antigos é poder observar os costumes e visões de mundo de outra era, ter a ciência de que todo mundo em tela já morreu e que deixou esse registro para a posteridade. Às vezes o contraste é tão grande que sinto como se estivesse assistindo a algo alienígena.
[1] https://image.tmdb.org/t/p/original/cA9iGtvjRGJHzDBfrq48l0eyCvA.jpg [2] Aqui tem umas imagens comparativas (não li o texto): https://www.movie-censorship.com/report.php?ID=4112494
Você viu as planilhas anônimas de “exposed” que têm rolado por aí, em redes sociais? Eu topei com duas: a dos influenciadores digitais e a dos maridos.
A dos maridos, em que esposas apontam os defeitos e dão dicas para eventuais futuras esposas dos seus (?), me chocou em dobro: pela escatologia do homem médio e o tanto de desaforo que mulher aceita em troca de migalhas (“sai bem nas fotos”) ou do básico (“sabe cozinhar”, “cuida dos filhos”).
Soube das planilhas anônimas pelo Bluesky.
O Bluesky é, sem dúvida, o Twitter 2.
Nessa semana lançamos novos produtos de papelaria no Manual do Usuário em parceria com a Unagi[3]. São dois cadernos e um planner. Sei que sou suspeito, mas achei que ficaram lindões!
[3] https://manualdousuario.net/cadernos-planner-unagi/
Um abraço!
— Rodrigo Ghedin