#140. Dane-se o tempo de tela
Olá,
Em um domingo qualquer de janeiro, fiquei horrorizado quando me dei conta de que passei +10 horas olhando para telas. O número leva em conta as telas do celular, tablet e computador, que trabalham em harmonia para esfregar na minha cara que há dias em que parece que não tenho vida.
Dias depois de publicar um artigo no Manual[1] (que recebeu comentários muito legais), tive duas epifanias.
A primeira, de que passar longas horas olhando para telas não é bem uma novidade para mim. Pelo menos desde 2017, quando entrei no finado jornal, eram umas 7h diárias nesse esquema (descontei o almoço, reuniões e cafezinhos), além do tempo extra antes e depois do expediente com as minhas telas.
Essa percepção me levou ao segundo pensamento — ou melhor, a um questionamento: por que eu não me tocava disso antes? Porque as minhas telas não monitoravam até os segundos que passo olhando para elas.
Agora sim, a segunda epifania: por que tenho esse troço ativado? Sei lá.
Não preciso disso para saber quando passo tempo demais no computador e/ou celular. Os olhos doem, bate o cansaço e, em dias como aquele domingo de janeiro, o arrependimento pelo dia perdido é inconfundível. O corpo fala, a mente não deixa dúvidas.
Desativei.
Dane-se o tempo de tela.
[1] https://manualdousuario.net/tempo-de-tela-vicio-internet/
Por falar em telas, comprei um celular Android[2]. Não para testar nem nada do tipo; é para substituir o meu iPhone, que está com a bateria degradada e um software (iOS 18) que não se entende mais com telas pequenas.
Mentiria se dissesse que vou trocá-lo só por isso. Faz uma década (!) que não uso outro celular. Estou incomodado, desconfortável no cercadinho da Apple.
Faz tanto tempo… Há anos eu digo a mim mesmo que quando meu celular quebrar, testarei outras águas. Nunca quebra e na última vez em que troquei, joguei seguro e peguei outro quase igual[3]. (E, justiça seja feita, foram raros os problemas com este e os iPhones anteriores.)
A vida é curta e o mercado está sempre sedento para vender. Mesmo relutante em comprar qualquer coisa fabricada em larga escala, talvez eu seja fraco demais para resistir. (Todos somos.) Pelo menos estarei mais perto do software livre.
Estou animado com a mudança e já faço planos para, se tudo correr bem com o celular, trocar também o Mac por Linux no computador.
Será 2025, enfim, o aguardado ano do Linux?
[2] É um Galaxy A55 azul! Comentando aqui porque muitos leitores (três) do blog, onde não coloquei essa informação, me perguntaram o modelo. Ainda não o vi; estou visitando meus pais no interior e só volto a Curitiba amanhã (segunda).
[3] https://manualdousuario.net/iphone-se-2022-review/
Por hoje é só!
— Rodrigo Ghedin